O tratamento pela hipnose  - I

A hipnoterapia é o tratamento psicológico, no qual, são utilizados conhecimentos da ciência do comportamento vinculado às técnicas da hipnose, objetivando tratar distúrbios comportamentais, bem como, doenças psicossomáticas. Eu atuo como psicólogo clínico, utilizando a hipnose, quando necessário, para descobrir às crenças limitantes. Essas crenças estão ligadas (e causam) comportamentos manifestos. A pessoa sequer sabe o motivo e nem mesmo quando começou a se comportar de tal maneira. Em geral, a hipnose consegue obter resultados mais eficientes, isto é, tanto na qualidade quanto no tempo de resposta, no processo de descoberta dessa crenças e comportamentos. Assim, pode-se iniciar o tratamento a partir da própria hipnose. No mesmo sentido, o encaminhamento da pessoa para o psicólogo mais especializado no tema é mais rápido do que na maioria das abordagens terapêuticas disponíveis. O assunto é mais importante do que parece num primeiro momento. Uma vez que existe uma crença estabelecida e limitante, ela tende a se perpetuar pela sua própria natureza, isto é, enquanto ideia fixada no indivíduo. Por isso, eu trabalho no âmbito da hipnose com crenças e convicções. 

Para ser mais preciso, essas crenças e convicções do indivíduo – embora possam ter uma dimensão psicossocial relevante que é tratada -consistem em “conteúdos arraigados no inconsciente”. Com a hipnose, eu consigo trazer tais conteúdos à ciência (conhecimento) da minha parte e, principalmente, consciência do paciente para fins terapêuticos. Um bom exemplo, a seguir, trata de uma pessoa que mesmo tendo buscado diversos tratamentos (médicos, psicológicos e até aqueles não reconhecidos cientificamente), se queixa da obesidade e todos os males trazidos por ela. Como a hipnose pode ser o caminho para um tratamento mais abrangente?  

A hipnose clínica pode ser totalmente capaz de solucionar o caso? Respondendo às questões, deve-se avaliar antes de qualquer sessão de hipnose: (a) os hábitos familiares, (b) condições de saúde (médica) capaz(s) de resultar na obesidade, (c) presença de transtornos de ansiedade (diferente da ansiedade benéfica como expectativa ou alerta para os perigos), transtornos depressivos (igualmente diferentes do estado de mal humor num dia qualquer[1]), (d) as hipóteses diagnósticas recebidas, ao longo dos mais diversos tratamentos, por médicos e psicólogos de diferentes especialidades. Dito isso, o tratamento começa na busca pela programação mental estabelecida no inconsciente, quando o indivíduo ainda era bebê e nos primeiros anos de infância. Costuma ser comum que os pais e mães (ou responsáveis) digam algo como “ele é fofinho e gordinho, que bonito!”. 

Logo, a criança cresce com esta programação no inconsciente de que a “comida significa afeto, cuidado, carinho”, ou seja, algo muito bom. Quando cresce, atingindo a adolescência e a maior idade, ela busca conforto na comida. 

O tratamento com hipnose clínica (hipnoterapia) tem por objetivo otimizar os resultados e desenvolver no paciente uma resiliência afim de que ele permaneça fortalecido para os diversos desafios que a vida lhe impuser. Portanto, a hipnose permite o desenvolvimento de uma Atitude Mental Positiva, a qual oferecerá amplas condições para enfrentar desde possíveis dificuldades da vida até transtornos catalogados e amplamente reconhecidos. 


   [1] Em muitos países de língua inglesa, o termo “depression”, tal como no Brasil a palavra “depressão”, pode ser mal compreendido ou usado popularmente como sinônimo tristeza eventual.